domingo, 25 de novembro de 2012

O melhor da vida é ser feliz



“Desculpa, estou meia esquecida”. E quem não é um pouco esquecida aos 95 anos de idade? Alias, quantas pessoas você conhece com 95 anos de idade que tem discernimento para saber quando está ficando esquecidos? Dona Efigênia Barcelos, ainda jovem com seus 95 anos é uma dessas pessoas. Com cabelos brancos, mas bem cuidados, mãos leves e pernas que já não tem mais a mesma força que antigamente – noto isso ao ajuda-la a se levantar do sofá onde estava para nos mostrar o quarto onde dorme com mais seis mulheres. Uma frase chama minha atenção logo que entro no Centro de convivência do idoso, o COP – que para muitos, não é um asilo, mas sim a sua casa – velhice não é sinônimo de tristeza, doença, problemas. É sim de alegria, sabedoria e de alguém que tem muito o que ensinar. Isso, ao lado de um desenho de um grande sorriso desenhado em papel pardo, com uma pequena frase acima “um upa do cop”.
Dona Efigênia é viúva. Mas não de seu grande amor. Teve seu casamento arranjado. Sei pai, quando achou um bom rapaz, trabalhador, obrigou ela a casar-se com ele, “nos estávamos apaixonados, eu pra ele e ele pra mim. Mas não sei o que aconteceu, ele casou com outra moça” conta com uma certa saudade nos olhos. Nesta hora, Jeci, uma das voluntárias que vai até o centro todo sábado pela manhã para ver os idosos chega, “oi minha princesa, como que você tá?” dando um abraço levemente apertado e um beijo no rosto que só uma filha daria em sua mãe, em Alçana, onde na hora está sentada ao lado de Efigênia, que sorri (e um belo sorriso) gentilmente retribuindo o abraço e o beijo calorosamente.
Efigênia chegou aqui porque a sobrinha a trouxe, “a Sandra me deixou aqui, mas saiu chorando” – repetiu isso inúmeras vezes durante a conversa. Por ter criado a sobrinha, a considera sua filha, já que eu filho morreu ainda jovem de problemas no estomago, com cerca de 20 anos ou como ela mesma diz, já moço criado, que ajudava na roçada, lembrando mais tarde, com um certo esforço para lembrar do nome de Adão Ferreira dos Santos, seu único filho biológico.
A passos lentos, Efigênia me leva até o quarto, pintado de rosa claro, onde dorme. Com orgulho, me fala da cama dela, ao lado de uma janela grande. A cortina entre aberta deixava pouca luz entrar, mas mesmo assim continuava bem iluminado. O guarda roupa é grande, divido entre as sete mulheres, cada uma com duas portas e com seus nomes nelas para elas mesmas poderem ir até lá. Já dentro do quarto, solta seu braço do meu “já consigo ir sozinha a partir daqui, pode deixar” me ofereço para ajuda-la a descer a rampa que da acesso ao quarto, mas ela me mostra como faz todos os dias, quando levanta sozinha.
Não aprendeu a escrever nem a ler. mas na cozinha não fez tanta diferença. Ama cozinhar e só não faz isso porque não a deixam, “elas dizem que já trabalhei demais, ai eu fico aqui mesmo.” Cuidava e criou várias crianças, fora seus dois filhos. Seu marido chegou a trazer uma criança de outra cidade para ela dar de comer, pois era muito magra “pesava a mesma coisa que uma criança recém nascida” infelizmente a memória já não a deixa lembrar de mais detalhes.
Quando saímos do quarto, nos juntamos a outro grupo de senhoras que conversavam com algumas colegas de faculdade. Por eu ser o único homem junto com elas, acabei por descobrir um senso de humor incrível, daqueles que nem mesmo o tempo tem o poder de tirar das pessoas. Tiramos uma foto juntos, e claro, fomos levemente tachados de namorados, pelas outras senhoras. Jeci, a cuidadora, me conta que elas tem ciúmes uma das outras.
Levei cerca de 20 minutos para dizer adeus a todos de lá. A cada abraço, a cada beijo recebido, um palavra de carinho. Como se fosse seu neto indo ver a avó que a muito não se encontravam. Dona Efigênia ganho mais um neto. Ou pela idade dela, até poderia ser um tataraneto. Mas isso não importa. O que importa é que essas pessoas, mesmo quando eu tiver a idade deles, não saíram da minha cabeça. Espero pelo menos, estar tão bem mentalmente quando essas pessoas estão hoje, para contar isso aos meus netos, bisnetos, tataranetos e pra quem mais eu tiver que contar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Surpresas da vida

A vida é sempre cheia de surpresas. Considero-as todas sempre boas. Faz parte de ser otimista. Explico porque: mesmo as que todos consideram ruins, eu as considero um crescimento, não algo que possa te impedir de conquistar algo que deseja ou seja lá o que for.
Isso vem acontecendo com uma certa frequência. Não gosto de generalizar, mas já generalizando, a grande maioria das pessoas não lidam bem com términos de relacionamentos e afins.
Em pouco tempo, conheci (e descobri) pessoas importantes pra isso, pra me dar conta que relacionamentos são loucos. Cada dia mais tenho certeza disso. Perceba só: a última guria com quem deu certo por mais tempo, dentro de um relacionamento "normal" perante a sociedade, nem adeus nos dizia-mos. Hoje, depois de passar três meses juntos, somos quase melhores amigos.
Você leu certo.
Sem contar todo o resto. Cada briga com determinados amigos são importantes.
Críticas sempre virão. Basta saber usa-las a seu favor. TODAS elas são construtivas.
A vida vem. E logo passa. Agora, quem faz valer a pena é você. Ficar levando magoa pelo resto da vida por ter terminado algum relacionamento, ou porque algum amigo brigou por você ter feito alguma besteira? Pense bem se vale a pena!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

...

Sempre falaram para não esperar muito das pessoas. E eu espero. Me entrego muito à elas. E dificilmente recebemos na mesma proporção o que damos, ou quanto nos doamos a alguém.
Isso machuca. Com o tempo, começa a corroer. E não consigo ser diferente.
Se um dia vou aprender? Não espere isso de mim.

domingo, 29 de abril de 2012

Jornalismo, talvez, seja isso

Jornalista trabalha e muito. Algumas vezes, em até três meios de comunicação simultaneamente. Trabalha em finais de semana, feriados, aniversário da mãe, esposa, filhos. Lida com pessoas todos os dias. Todos os tipos delas. Sério. Lidar com os parentes talvez é a parte mais chata. Ouvir um "aah vai trabalhar na Globo e ser famoso" ou "vou ter um parente famoso..." Ouvir isso não é fácil. Mas e quem disse que nos importamos com isso?
Ser jornalista está muito além disso. Está em conhecer pessoas. De todos os tipos. Pessoas importantes para a comunidade, para a sociedade. Importantes para a família que sobrevive do "salário" que o pai humilde ganha e mantém a família de sei lá quantos filhos unida. Quando se emociona ao cobrir uma tragédia e descobrir que ainda tem pessoas de boa índole, que mesmo perdendo o que tem, ainda acha força para ajudar os outros. Ou quando consegue uma exclusiva de algum politico e que causa repercussão. Quando acha uma pauta pequena e faz uma bela reportagem literária. Brilhar o olho quando lembra, que ainda na faculdade, fez um documentário e dos bons. Que andou em um caminhão de lixo pra fazer algumas imagens.
Ser jornalista, é ser louco.
Tomar café todo santo dia. Cada dia um pouco mais forte.
 É ser especialista em generalizar, mas não sempre. Porque generalizar sempre é um erro. É participar de manifestações e ainda conseguir um espaço no jornal. Viva o jornalismo gonzo! É se arrepiar ao lembrar da primeira matéria boa.
Ser jornalista é lidar com a verdade, ou com as verdades. Com os vários pontos de vista. Analisar tudo. Não deixar nada passar em branco. E achar que tudo pode ser uma pauta, ou no minimo, uma nota de um paragrafo.
Ser jornalista é discutir tudo com o amigo também, claro, jornalista.

Ser jornalista. É o que eu quero. É o que eu vou ser. É o que eu sou!

sábado, 28 de abril de 2012

Cuidado, alto três!


"Esquerda 5 com 100; esquerda 5 corta no alto com 50; direita 2 + + corta que abre 5 com 50; esquerda 1 no cruzamento; direita 4 corta com 100; esquerda 5 junto alto 4 com 30; esquerda 3 com 50; esquerda 4 corta com 100; direita 5 no mato [...]"

Quem não sabe do que estou falando =pode achar isso uma maluquice. E realmente é. Dirigir um carro, acima dos 100 Km/h em uma estrada de chão, com uma pessoa ao teu "cantando" todas as curvas e suas peculiaridades não é pra pessoas normais. Tanto piloto, navegador, e claro, a plateia. 
Imagine só: acordar de madrugada, passar frio, ficar pelo menos duas horas sem fazer absolutamente nada. Se não levar cadeira ou banquinho, ficar em pé. E quando começa, o carro passa por você em questão de segundos. O próximo só vai passar em alguns minutos, enquanto isso, se tiver sol, você pode apreciar uma boa poeira. Ou se molhar, se embarrar com o barro jogado pelo carro e passar mais um pouco de frio.

Às vezes, me pergunto se vale a pena tudo isso. Ao final do domingo, só penso em um banho e em dormir. É quando me lembro da experiência que já tive. De passar tudo isso. Chegar em casa, louco pra contar pra todo mundo o que passei e do cansaço que estou sentindo (mais provavelmente não estaria sentindo nada. Pernas e pés costumam ficar amortecidos). Lembrar que você viu, a poucos metros de distância, um carro passar a cerca de 130, 140 km/h e saltar 35 metros. Bem ali. Na tua frente. 

Não sei bem o que acontece. Acho que paro de respirar enquanto o carro está na minha frente. No alto, voando. Ah, o coração também deve parar, mas logo depois acelera como nunca. Adrenalina, muita!

"O público de Erechim é apaixonado pelo rally, vamos pra lá fazer o nosso melhor e dar o show que o público merece." Afirmativa de Felipe Araujo Costa, navegador junto com o piloto Luccas Garcia Arnone Jorge, que este ano vão estrear juntos em Erechim. Mas falando em público, lá o pessoal é apaixonado mesmo por rally. Durante os dias em que acontece as especiais, o público total chega a marca de 40 mil pessoas. 

Paixão, estilo de vida, loucura, adrenalina. É acordar às seis horas da manhã, para ver o primeiro carro passar na tua frente, à 140 km/h, saltando 35 metros de distância. Isso, é rally.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Falar ajuda

  Algumas coisas vêm acontecendo, ou melhor, não vem acontecendo em minha vida. Deixei de ser "o cara" na minha sala e já estou sendo colocado como mais um, e não sou assim. Sei o que está acontecendo, talvez o que falte é admitir isso. Não vou voltar a ser o Vinicius Alexandre Farfus que era ano passado. Também não mudei, e é exatamente aí que mora o problema... Não mudei, não evolui, não cresci desde a Efapi 2011. E isso é muito tempo sim, quando você está dentro de uma universidade de jornalismo.
   Sei que sinto falta de ter alguém junto comigo, especificamente uma namorada ou algo assim. Não perdi meus amigos, pelo contrário. Sei que estarão aí quando eu precisar - e vou precisar (provavelmente logo... tá, já estou precisando, amigos sempre são bem vindos!) - e que posso contar com eles, mas nem sempre só ouvir basta. Claro que ajuda, falar sempre ajuda, tenho essa máxima para mim pelo menos. Se não... Por que as pessoas iriam a um psicólogo para falar de seus problemas?
   Preciso voltar a ocupar as minhas tardes vazias. Produzir como produzi ano passado, em meados de agosto e setembro, e parar de querer achar alguém em algum lugar para namorar ou ter algo mais sério. Curtir a vida? Já faço isso. Não saio todo final de semana, mas me divirto, sim. Preciso voltar... Não, preciso ser “o cara”, de novo. E dessa vez sem aspas.

sábado, 24 de março de 2012

Ela

  Escolhas, futuro, incerteza, pessoas. Quanta coisa a madrugada nos proporciona e nem nos damos conta. A excitação e o tesão que um simples estralo em sua casa pode lhe proporciona, só acontece durante a calada da noite, quando, quase, todos dormem tranquilos em suas camas.
   Escutar muita música durante a madrugada, e algumas várias filosofadas, se assim posso dizer. Às vezes só. Às vezes acompanhado. Quantos problemas resolveram-se durante a madrugada. E tantos outros foram criados, sob a culpa ou tantos outros motivos tão bestas quanto.
   Quantos planos feitos durante a madrugada. Quantos lugares já fomos com nossa imaginação. Velhas esperanças renovadas, velhos e novos planos se confundindo em qual ser o melhor para o futuro que está logo adiante.
   Se me perguntarem se eu trocaria o dia pela madrugada? Bem, a reposta é bem obvia. Caminhar durante a madrugada, ou mesmo no amanhecer do dia. Ver o nascer do sol em algum lugar alto, ou em qualquer lugar com uma bela companhia. Acho que todo mundo merece isso.
   Pelo menos uma vez na vida faça isso. Não dormir, passar a noite acordado, com belos amigos vendo a noite passar. Vagarosamente. Com toda a sua beleza e elegância e claro, gostosura.

domingo, 11 de março de 2012

Medo?

E novamente o medo de ficar só chega. Não é a primeira vez e tenho certeza que não vai ser a última.
Realmente tenho medo disso. Afinal quem não tem não é mesmo?

Em uma de suas músicas, Charlie Brown Jr já diz assim
"Eu quero alguém que vá comigo além, me fortaleça encarar a vida"